Oluwatosin Tolulope Ajidahun explica que a síndrome de Cushing é um distúrbio caracterizado pela produção excessiva de cortisol, hormônio fundamental para o metabolismo, a resposta ao estresse e o controle de inflamações. Apesar de seu papel essencial, o cortisol, quando presente em níveis cronicamente elevados, pode causar alterações profundas no organismo, afetando desde o equilíbrio hormonal até o funcionamento adequado do sistema reprodutivo. Esse excesso pode ser causado por tumores na hipófise ou nas glândulas suprarrenais, uso prolongado de corticosteroides ou, mais raramente, por outros distúrbios endócrinos.
O papel do cortisol na reprodução
O cortisol é produzido pelas glândulas suprarrenais e controlado pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Em condições normais, ele contribui para a manutenção da pressão arterial, do metabolismo de glicose e lipídios e da modulação da resposta imune. Entretanto, níveis persistentemente elevados afetam o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, responsável pela regulação dos hormônios sexuais.
De acordo com Oluwatosin Tolulope Ajidahun, o excesso de cortisol inibe a liberação de gonadotrofinas, hormônios que estimulam a ovulação nas mulheres e a produção de espermatozoides nos homens. Além disso, pode levar à resistência à insulina, ao aumento da gordura abdominal e a inflamações crônicas, fatores que, isoladamente, já estão relacionados a infertilidade.
Consequências na fertilidade feminina
Nas mulheres, a síndrome de Cushing está frequentemente associada a irregularidades menstruais, ciclos anovulatórios e amenorreia. O excesso de cortisol estimula a produção de andrógenos (hormônios masculinos) em excesso, provocando sintomas como crescimento de pelos em áreas incomuns, acne e ganho de peso. Esse perfil hormonal, semelhante ao encontrado na síndrome dos ovários policísticos (SOP), compromete a maturação dos óvulos e reduz as chances de uma ovulação saudável.

Tosyn Lopes destaca que a receptividade uterina também pode ser prejudicada pelo excesso de cortisol, dificultando a implantação do embrião mesmo quando ocorre a fecundação. Outro ponto importante é que, durante a gestação, a síndrome de Cushing aumenta o risco de complicações como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e parto prematuro.
Consequências na fertilidade masculina
Nos homens, a produção excessiva de cortisol reduz significativamente a testosterona, hormônio essencial para a libido, função erétil e espermatogênese. Essa queda hormonal leva a diminuição da contagem e motilidade dos espermatozoides, além de aumentar a fragmentação do DNA espermático. O estresse oxidativo resultante do desequilíbrio hormonal também pode prejudicar a integridade genética dos gametas.
Segundo Tosyn Lopes, alterações metabólicas como obesidade, hipertensão e resistência à insulina, comuns em pacientes com síndrome de Cushing, agravam o cenário de infertilidade masculina. Esses fatores combinados podem reduzir drasticamente a probabilidade de concepção natural.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da síndrome de Cushing é realizado por meio de exames hormonais para medir o cortisol, testes de supressão e exames de imagem para identificar tumores nas glândulas envolvidas. Uma vez confirmada a condição, o tratamento pode incluir cirurgia para remover tumores, ajustes no uso de corticosteroides, medicamentos para reduzir a produção de cortisol ou radioterapia, dependendo da causa.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun ressalta que, em muitos casos, a função reprodutiva pode melhorar significativamente após o tratamento, desde que os danos aos órgãos reprodutivos não sejam permanentes. A normalização dos níveis hormonais tende a restaurar a ovulação, a produção de testosterona e a qualidade dos gametas.
Estratégias para preservar a fertilidade
Pacientes diagnosticados com síndrome de Cushing, especialmente os que ainda não iniciaram a tentativa de gravidez, devem discutir opções de preservação da fertilidade com seus médicos. O congelamento de óvulos, espermatozoides ou embriões é uma alternativa importante quando há risco de que o tratamento cause danos irreversíveis à função reprodutiva.
Tosyn Lopes frisa que o acompanhamento multidisciplinar, envolvendo endocrinologistas, ginecologistas, urologistas e especialistas em reprodução assistida, é a abordagem mais eficaz para tratar a doença e preservar as chances de concepção. Ademais, manter hábitos de vida saudáveis, como dieta equilibrada, controle do peso e prática regular de atividade física, ajuda a melhorar a resposta ao tratamento e a saúde reprodutiva como um todo.
Autor: lily jhons borges
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